O que é ?


A AFLORE (Associação Florescendo a Vida de familiares, amigos e usuários dos serviços de Saúde Mental de Campinas), existe desde 2 dezembro de 2005 e busca através da realização de ações e atividades educativas, culturais, de reinserção social e capacitações, dar suporte aos usuários da saúde mental, familiares e demais pessoas ou entidades que desenvolvam atividades semelhantes as preconizadas pela associação ou que necessitem de apoio. A Associação surgiu a partir da iniciativa de familiares, usuários e profissionais, da cidade de Campinas, sensibilizados pela causa e que buscavam novas alternativas e atividades que contemplassem a necessidade dos usuários da saúde mental e suas famílias, pois era extremamente importante que esta população conseguisse se fazer representada, seja em espaços formais de representação como conselhos locais das unidades de saúde onde fazem tratamento ou demais espaços e fóruns representativos da área da saúde, bem como outros fóruns que envolvam demais atores sociais, como entidades ou organizações da sociedade civil e do poder público que estejam interessadas em contribuir para a construção de um modelo social mais justo e igualitário.


sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Reflexões: Sobre Resiliência em Saúde Mental


Estamos de volta e na nossa publicação de hoje reeditamos aqui a publicação do Blog do Tear das Artes sobre Resiliência em Saúde Mental. Para aqueles que quiserem mais informações sobre o Blog do Centro de Cooperação e Convivência Tear das Artes basta acessar:  www.blogdotear.blogspot.com:

 Sobre Resiliência em Saúde Mental

Resiliência:
substantivo feminino.
  1. física: propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original após terem sido submetidos a uma deformação elástica.
  2.    figurado: capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar à má sorte ou às mudanças.


  A resiliência é um aspecto psicológico, definido como a capacidade de o indivíduo lidar com problemas, superar obstáculos ou resistir à pressão de situações adversas - choque, estresse etc. - sem entrar em surto psicológico. No entanto, Job (2003), que estudou a resiliência em organizações, argumenta que a ela se trata de uma tomada de decisão quando alguém depara com um contexto entre a tensão do ambiente e a vontade de vencer. Essas decisões propiciam forças na pessoa para enfrentar a adversidade. Assim entendido, em 2006 Barbosa propôs que se pode considerar a resiliência como uma combinação de fatores que propiciam ao ser humano condições para enfrentar e superar problemas e adversidades.
(in wikipedia:https://pt.wikipedia.org/wiki/Resili%C3%AAncia_%28psicologia%29)
  Nós, aqui do Blog do Tear, resolvemos falar sobre esse assunto a partir de um sentimento que repercutiu em vários membros de nossa equipe depois de saber da notícia de que um grande representante de usuários de saúde mental dos Estados Unidos, que viria ao Brasil para fazer um projeto de intercâmbio com usuários de saúde mental do nosso país, não veio por razões que ainda não conhecemos. Alguns dos membros de nossa equipe, que tinham interesse em participar do projeto, relatam que entendem o que pode ter acontecido com o rapaz porque eles também já quiseram em várias situações fazer coisas e por razões que vamos tentar aqui conversar melhor não conseguiram fazer. Muitos já abandonaram planos ou não quiseram mais fazer coisas por insegurança, por desmotivação ou porque mudaram de opinião ou por razões relacionadas ao seu transtorno mental que ainda não conseguem até hoje entender muito bem.
   E o que isso tem a ver com a resiliência?
   Pensamos que tem a ver com a resiliência porque em vários momentos é necessário ter muita força e resiliência para enfrentar os obstáculos e dificuldades da vida.
  Um dos grandes obstáculos da vida é proporcionado pelo preconceito e o estigma social que usuário de saúde mental sofre no dia a dia. Por exemplo, quando nós sofremos uma situação de preconceito porque a pessoa nos considera incapazes de fazer alguma coisa ou não valorizam alguma coisa que fizemos (ou não fizemos) dizendo que isso tem a ver com o fato de sermos "loucos". Isso nos deixa loucos da vida, porque muitas vezes essas situações nos afeta emocionalmente, psicologicamente e prejudica nossa capacidade de conviver com as coisas ou de resolver sozinhos nossos problemas.
   No cotidiano passamos por diversas situações que também nos colocam desafios. Essas situações muitas vezes podem parecer simples para algumas pessoas, mas elas podem ser extremamente complicadas para outras pessoas. Por exemplo, quando situações corriqueiras como ir ao banco, pegar ônibus, ir trabalhar, ir a festas e conversar se tornam grandes problemas.
   Pensamos que existem várias coisas podem ajudar uma pessoa se tornar mais resiliente: por exemplo, fazer terapia, tentar enfrentar os problemas falando sobre eles, se separar de um relacionamento problemático, fazer sexo, dormir, bater papo com amigos, fazer esportes, frequentar oficinas, atividades de convivência e grupos terapêuticos.  
    Atualmente nosso país está vivendo uma crise política e econômica e acreditamos que é necessário que a população brasileira seja eticamente resiliente. Tanto para viver com as dificuldades pessoais que cada um pode passar como para também não se deixar levar por discursos conservadores que muitas vezes acabamos por defender relacionado a coisas que muitas vezes nem entendemos direito. E como consequência disso legitimarmos atos autoritários e anti-democráticos como a volta da ditadura militar, o preconceito contra pessoas de orientação homossexual e contra forma como cada um forma sua família.


  
    Um exemplo a partir da Mitologia Grega:
    A fênix é uma ave que simboliza nossa publicação de hoje: 
    A fênix (português brasileiro) ou fénix (português europeu) (em grego clássicoϕοῖνιξ) é um pássaro da mitologia grega que, quando morria, entrava em auto-combustão e, passado algum tempo, renascia das próprias cinzas. Outra característica da fênix é sua força que a faz transportar em voo cargas muito pesadas, havendo lendas nas quais chega a carregar elefantes. Podendo se transformar em uma ave de fogo (in wikipedia://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%AAnix).

    Equipe Tudo Acontece
 
    

sábado, 19 de setembro de 2015

Sessão Reflexões: Recovery em Saúde Mental

     



       Olá pessoal, inauguramos aqui a nova sessão do Blog da AFLORE a sessão: Reflexões. Nela esperamos compartilhar com vocês reflexões, pensamentos e teorias de pesquisadores, pensadores consagrados, usuários de saúde mental, familiares de usuários de saúde mental, profissionais de saúde e cidadãos que pensam coisas interessantes sobre assuntos de grande relevância para a gente, para a Reforma Psiquiátrica, para a Luta Antimanicomial, para a Saúde Mental, para o Sistema Único de Saúde (SUS), para a Cidadania e para a Justiça Social.
     Sendo assim, queríamos inaugurar nossa sessão Reflexões com uma reflexão sobre Recovery em Saúde Mental - traduzido como processo de reestabelecimento, recuperação ou cura por vários autores -, as experiências de Recovery em Saúde Mental são experiências que se referem aos relatos de pessoas portadoras de transtornos mentais graves, que compreendem desde a experiência das mesmas com a doença mental até as formas e maneiras que estas pessoas utilizaram (ou encontraram) para se recuperar e conseguir dar continuidade as suas vidas após, o momento da chamada “crise”, quando o transtorno mental se instaura. Ainda relacionado a este tema, outro aspecto importante para compreensão do recovery são quais as estratégias que estes sujeitos desenvolveram para conviver com seu transtorno mental, transcendendo, portanto, aquilo que poderíamos considerar como “cura” de um transtorno/doença mental (Presotto 2013).
     Explicações dadas, vamos ao que interessa. A primeira reflexão que iremos aqui compartilhar é da Patricia E. Deegan. Deegan é uma defensora dos direitos das pessoas com necessidades especiais, psicóloga e pesquisadora que vive nos Estados Unidos (EUA). Ela é conhecida como uma defensora do movimento de Recovery em Saúde Mental e porta-voz e ativista no campo da saúde mental. Ela viveu sua própria jornada de recovery após ter sido diagnosticada com esquizofrenia ainda adolescente.
         Deegan possui vários artigos e textos escritos. Entre eles está a obra da qual extraímos o trecho que iremos aqui compartilhar "Recovery: the lived experience of rehabilitation" (Recovery - a experiência vivida de reabilitação). Este texto foi publicado em abril de 1988 na Psychosocial Rehabilitation Journal (Revista de Reabilitação Psicossocial). 
       Deegan também ficou conhecida por tratar o Recovery como uma forma de viagem ao coração daqueles que necessitam ser cativados para eles mesmos, como usuários de saúde mental, trilharem a própria trajetória e engajarem-sem seu próprio processo de restabelecimento ou recovery e aos profissionais de saúde que necessitam ser cativados para colaborarem ativamente nesse processo junto com os usuários de saúde mental e suas famílias ajudando os mesmos a se encontrar por meio de ações que auxiliem a viabilização dessa complexa missão.
        Segundo Deegan o processo de recovery consiste em:

“Algo mais do que apenas "bons serviços", por exemplo, a pessoa deve sair da cama, sacudir-se do esgotamento do entorpecimento mental de neurolépticos, vestir-se, superar o medo do ônibus lotado e hostil para chegar ao programa, enfrentar o medo do fracasso no programa de reabilitação, etc. Em essência, as pessoas com transtornos psiquiátricos devem ser participantes ativos e corajosos em seu próprio projeto de reabilitação ou aquele projeto irá falhar. É através processo de recovery que as pessoas com transtornos psiquiátricos se tornam participantes ativos e corajosos em seu próprio projeto reabilitação.” (Deegan, 1988, p.12)

"O objetivo do recovery não é tornar-se normal. O objetivo é abraçar a vocação humana de tornar-se mais profundamente, mais plenamente humano." (Patricia Deegan) 
       Para aqueles que quiserem ter acesso ao texto na íntegra ele está disponível no seguinte endereço na internet, em sua versão em inglês: 
http://toronto.cmha.ca/files/2012/11/Deegan1998-Recovery-The-Lived-Experience1.pdf
        
        É isso pessoal, ficamos por aqui, esperamos que a reflexão tenha valido a pena!
        AFLORE você também!

        AFLORE

Bibliografia:
DEEGAN, P. Recovery: the lived experience of rehabilitation. Psychosocial Rehabilitation Journal, 11 (4), 11-19, 1988.
PRESOTTO, R.F. Participação de usuários de serviços de saúde mental em pesquisas : um olhar a partir dos conceitos de empowerment e recovery. Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Ciências Médicas. Campinas, SP : [s.n.], 2013. 
SITE: https://www.patdeegan.com/pat-deegan
WIKIPEDIA: https://en.wikipedia.org/wiki/Patricia_Deegan


             


III Fórum de Saúde Mental no Pré-Congresso de Saúde Pública - Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR)

            Olá galera, falta uma semana para o III Fórum de Saúde Mental, em São Carlos (SP)! 
            O evento será no dia 26/09, às 10h, na UFSCar - Campus São Carlos. Participação GRATUITA e sem necessidade de inscrição (será emitido certificado pela participação).
          Nas mesas, os queridos professores Silvio Yasui (UNESP-Assis) e Carlos Botazzo (FSP/USP), @s companheir@s Carol Duarte - psicóloga da Defensoria Pública de Sorocaba - e Sergio Garcia, coordenador do do CRP-Sorocaba, Fabio Belloni da ABRASME, Cinthia de Araújo do Movimento Loucos pelo Mundo, Paula Morena Silveira do CEBES-SP, o Fórum da Luta Antimanicomial do ABC do qual fazem parte os companheiros Albano Felipe e Mario A. Moro, Alexandre Machado da AFLORE de Campinas, Giba Vanetti e Ed Carlos de Faria do Fórum Popular de Saúde de Sorocaba e Campinas (respect//), e Carine Sayuri e Thiago Marques do FLAMAS.



         Este evento é uma realização do Fórum da Luta Antimanicomial de Sorocaba (FLAMAS) em parceria com a Associação Paulista de Saúde Pública - Sorocaba e o Coletivo de Saúde Mental da Associação Paulista de Saúde Pública, com o apoio fundamental do Conselho Regional de Psicologia de São Paulo (CRP-SP) - Subsede Sorocaba.

AFLORE



sábado, 23 de maio de 2015

AFLORE no Seminário: "Manicômio Resiste e a Luta Resiste"

Seminário: "Manicômio Persiste e a Luta Resiste" - CRP-SP
Ae galera!! Quem estiver em São Paulo e querendo acompanhar! O debate será bem bacana!!
Militância reunida e a AFLORE estará representada!
Para quem não estiver em São Paulo, mas está querendo acompanhar, o evento terá transmissão simultânea pelo site do evento. E, inclusive, você pode participar enviando pergunta aos debatedores.
Obrigado ao CRP-SP (Conselho Regional de Psicologia do Estado de São Paulo) pela organização do evento, o apoio e compromisso social de sempre e pelo convite!

Acompanhe pelo site: http://crpsp.org.br/luta/


AFLORE

domingo, 26 de abril de 2015

A Viagem Continua...


Eis aqui pessoal, finalmente no nosso Blog...o curta-metragem " A Viagem Continua..." video produzido pela AFLORE, o Grupo de Pesquisa Saúde Coletiva e Saúde Mental: Interfaces e a Aliança de Pesquisa Universidade Comunidade Internacional: Saúde Mental e Cidadania (ARUCI: SMC) com direção de Marcelo Sta Rosa e Tati Dimov. Esta produção só foi possível a partir do Apoio e Financiamento do IDRC - Instituto Canadense, com abrangência internacional, de Apoio e Financiamento a Pesquisa e Produção de Conhecimento.
Im-per-dí-vel!!!
Nós se fossemos você assistiríamos agora!!!
Aproveitem!!
AFLORE

Cadernos HumanizaSUS volume 5: Saúde Mental, a AFLORE e a "A Experiência de Produção de Saber no Encontro entre Pesquisadores e Usuários de Serviços Públicos de Saúde Mental: A Construção do Guia GAM Brasileiro"

Olha aí pessoal o volume número 5 do Cadernos HumanizaSUS do Ministério da Saúde do Brasil 
                                                        com o tema Saúde Mental :



É com muita honra que anunciamos que um dos artigos que compõe este número temático é fruto de um projeto desenvolvido a muitas mãos e cabeças e que, nós da AFLORE, fomos participantes . Ele consiste no relato escrito, ou melhor dizendo, em um artigo que relata a trajetória de produção da versão brasileira do Guia da Gestão Autônoma da Medicação (GAM - BR). Este projeto foi desenvolvido a partir de um projeto que envolveu universidades brasileiras e canadenses, pesquisadores e pesquisadoras de grupos de pesquisa brasileiros(as) e canadenses, estudantes brasileiros e canadenses, profissionais de saúde brasileiros e canadenses, associações e organizações da sociedade civil brasileiras e canadenses e cidadãos e cidadãs, usuários e usuárias de saúde mental e seus familiares, também brasileiros e canadenses. 

Este projeto foi realizado dentro da Aliança de Pesquisa Universidade Comunidade Internacional: Saúde Mental e Cidadania (ARUCI:SMC) e teve financiamento do IDRC (Centro de Desenvolvimento de Pesquisa Internacional) do Canadá - Órgão criado pelo parlamento canadense em 1970 para dar apoio e suporte para países em desenvolvimento para encontrar soluções para seus desafios, por meio do desenvolvimento de projetos voltados para as comunidades desses países em parceria com instituições canadenses -. A ARUCI:SMC foi, portanto, um desses projetos.

Fiquem à vontade para ler este Caderno Digital com experiências tão ricas de várias partes do Brasil e em especial convidamos a todos e todas à leitura do nosso artigo: "A Experiência de Produção de Saber no Encontro entre Pesquisadores e Usuários de Serviços Públicos de Saúde Mental: A Construção do Guia GAM Brasileiro"

Com certeza vocês, como nós, vão gostar muito desta experiência. E vocês também irão, se não for muita pretensão de nossa parte, aprender muita coisa com esta nossa experiência, assim como nós aprendemos.

Obs: Gostaríamos também de destacar aqui e agradecer ao Grupo de Pesquisa Saúde Coletiva e Saúde Mental: Interfaces do Departamento de Saúde Coletiva da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP, nosso parceiro e responsável pelo convite que permitiu nossa integração a este tão seleto grupo de representantes responsáveis pela elaboração e desenvolvimento de projetos como o GAM-BR ligados à ARUCI:SMC.

Boa leitura!

Segue abaixo o link para acessar  o Caderno: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_mental_volume_5.pdf